Em 2007 eu tive um ano difícil na escola, ao ponto de no final do ano, depois de uma manhã de tensão na escola, eu cheguei em casa chorando. Depois de uma conversa com meus pais surgiu a idéia de sair da escola. No outro dia voltei à escola meio inserto com a idéia de simplesmente deixar para trás tudo o que era normal e estável e entrar num mar de incertezas. Acabou o ano, e em 2008 me vi fora da instituição de ensino regular pela primeira vez...


Em relação ao conteúdo não tive problemas. A minha era uma escola que praticava a pedagogia Waldorf, a qual trabalha as disciplinas de uma maneira não revisionista. Então o problema era com relações mal entendidas, que acabavam por mexer muito comigo. Assim o aprender ficava em segunda mão e a atenção se desviava para resolver os conflitos entre estudantes e entre estudantes e professores. Essa situação de conflito permanente crescia cada vez mais, conforme o ano ia passando. E a partir dai meus pais decidiram viver comigo a experiência da desescolarização.


Contarei aqui o que foi o que vivi fora da escola, esta é portando a historia de um Unschooler....


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

De volta na escola e saindo mais uma vez...

2009 começou e eu entrei na escola. Foi muito engaçado, eu estava completamente desabituado a fazer provas, a receber todo aquele conteúdo em massa ou nem ver tanta gente jovem em um só dia. Foi quase uma revelação no começo, mas chegando o meio do ano, fui me cansando. Os coordenadores não davam a mínima atenção para o que agente lhes pedia, o máximo que eles faziam era falar que iam pensar sobre o assunto ou qualquer coisa do tipo. Eu só lembro de uma vez que aconteceu umas apresentações de musica dos alunos, mas de resto quase todos os alunos pediam o tempo todo para cobrirem a quadra, mas eles vinham com a mesma resposta de sempre:" Vou pensar no assunto." E um mês depois, nós perguntávamos a eles sobre o assunto e a resposta era:" Não me lembro disso, mas podemos averiguar." Ou qualquer desculpa do gênero.

O ano foi acabando e de novo a idéia da desescolarisação foi reaparecendo, só que dessa vez com um grupo, que aos poucos foi se juntando e vários pais foram se reunindo e aconteciam reuniões e então se juntaram uns 12 jovens e nós saímos da escola. A proposta era muito legal. No começo de 2010 nós viajamos para Terra Ronca GO que é um parque cheio de cavernas, foi muito bom tivemos varias experiências lá foi bem divertido. Voltamos para Brasilia depois da viagem e nós tínhamos aulas diferentes em uma Chácara no Lago Norte. Más não estava dando certo para mim, eu não conseguia aprender nada e ainda sabendo que no final do ano não teria um diploma para poder entrar na escola de novo no ano certo ou que seja de pois de uns anos mais poder apresentar o vestibular, eu fiquei com medo. E esse meu medo cresceu tanto que eu sai do grupo. Mais uma vez só. Tentando traçar o meu rumo. E dessa vez as coisas se ajustaram mais facilmente. Eu consegui ingressar num curso de cerâmica, continuei a fazer inglês, guitarra e tudo mais. Mas ainda tinha uma pergunta que não calava:"Como eu ia apresentar o vestibular?"

terça-feira, 25 de outubro de 2011

As reações das pessoas ao ver que eu estava fora da Instituição

No começo para mim estava tudo indo bem..... eu estava fora da escola, dormia até tarde mas se passaram uns três meses e comecei a sentir que estava perdendo tempo. Meu incomodo foi crescendo. E depois que já estava fazendo curso de inglês, matemática, e guitarra, o problema foi que todos que eu conhecia começaram a me perguntar aonde que eu estudava e pra mim era difícil responder que simplesmente eu estava fora da escola. Um bom exemplo foi quando eu ingressei no curso de inglês que a maior parte dos estudantes de lá são da classe média, média alta que para alguns desses a escola é tudo e não existe outra opção a não ser a mesma, e quando eu contava sobre a minha experiência a resposta que eu mais recebia era um resmungo ou um "O QUE?!?!?!?" ou "COMO ASSIM?!?!?"e isso era muito chato. E as vezes eu pensava comigo se aquilo que eu estava vivendo, estava certo, se ia dar em algo, se eu não estava me metendo numa furada. As vezes eu me sentia sozinho, pois só via amigos no curso de inglês que nem conseguia conversar com os mesmos. Em relação aos meus pais, eu tinha certas angustias, eu achava que se fosse para a escola poderia ter mais amigos, mas hoje que já fui e voltei da escola vi que os verdadeiros amigos são muito poucos e poucos são os que se conseguem na escola. Cheguei a perder amigos que me estranharam só por ser diferente!!! Mas tanto perdi amigos como ganhei. Como tinham pessoas que me estranhavam outras ficavam curiosas, ou simplesmente gostavam da idéia. No começo não eram muitos os que gostavam da idéia e os que gostavam eram mais adultos. Então não dava pra fazer amigos da minha idade falando sobre estudos e como eu não tinha TV e era desligado nas noticias eu não tinha outro assunto, a não ser a escola. Porem tinham jovens que gostavam da idéia, e falavam que gostariam de sair da instituição mas que os pais não deixavam, e o que me dava vontade de fazer com esses pais que não deixavam os filhos saírem da escola era de ir e bater na porta dos mesmos e "trocar uma idéia com eles". Mas mesmo assim era muita gente tanto da família quanto entre "amigos" que me criticavam e me pediam que eu voltasse para a instituição. E isso me desgastou tanto que como já disse antes em 2009 voltei a escola.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Primeiros momentos de incerteza

No começo de 2008 nós não sabíamos o que fazer. A primeira idéia era de arranjar um tutor para me ensinar. Más nós descobrimos uma coisa: Não existem mais tutores como existia antes (ou não conseguimos encontrar). O problema era que essa era a nossa única idéia. Então pensamos em ver diversos cursos de diversas matérias. Más surgiu outros dois problemas, um era que não conhecíamos lugares que dessem cursos de todas as matérias, então fomos fazer o que achamos que foi um curso de matemática, mas  não era o bastante pois ainda faltava muita coisa para aprender. Foi um ano quieto e agoniante mas bom, nesse ano eu recomecei a tocar violão e guitarra, comecei a fazer inglês. Mas não estava confortável para mim do jeito que estava. Então em 2009 voltei para a escola.